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A mais nova revista brasileira de arte e cultura!


Sejam bem-vindos à Tabuleiro, a revista do Centro Cultural Vagão 98, de Lambari-MG. A edição comemorativa que você tem em mãos celebra três motivos: os 120 anos de Henriqueta Lisboa, a vida e a obra de Conceição Evaristo e a realização da V Feira Literária das Águas Virtuosas, veiculada pela internet em maio. Parte das matérias que você lê nesta edição se originaram na programação da feira, como o artigo sobre Gordofobia, de Mariane Paródia e Jorge Miklos, o conjunto de matérias sobre Conceição Evaristo e a reportagem sobre as disputas políticas que decidirão o futuro do paraíso ecológico de Carrancas-MG.


A Tabuleiro será trimestral, e as próximas publicações trarão um leque ainda maior de assuntos. Povos originários, Oriente Médio, cultura digital, América Latina e culturas populares são alguns dos temas que já estão no forno para a segunda edição. Tudo feito com o mesmo cuidado: páginas ilustradas e textos que primam por um equilíbrio entre objetividade e estilo, para proporcionar a você uma leitura agradável.

Curta a leitura e compartilhe com os amigos, a Tabuleiro foi feita para vocês.











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Atualizado: 16 de jul. de 2021




Até domingo (18/7) você pode concorrer a um box com a Obra Completa

de Henriqueta Lisboa


A TEIMOSA DO IMPOSSÍVEL

Por Lelo de Brito e Lilian Silva

Com ilustração de Henrique Monteiro

No dia 15 de julho de 1901, nasceu na pacata Lambari-MG, aquela que seria uma das mais importantes escritoras brasileiras do século XX: Henriqueta Lisboa. Poeta, tradutora de poesia e crítica literária com vasta e premiada obra intelectual e artística, sua lírica, pela fluidez e enlevo dos versos, foi comparada por Antônio Cândido às de Cecília Meireles e Manuel Bandeira. Lisboa foi também uma relevante interlocutora e grande amiga da escritora chilena Gabriela Mistral, a primeira autora latino-americana a ganhar um Nobel de Literatura.

A obra de Lisboa, embora não esteja entre as mais citadas nas redes sociais e pela grande imprensa, notadamente não está entre aquelas que, após períodos de ostracismo, ressurgem na cena pública. A literatura da escritora mineira atravessou as décadas sem perder o vigor e o interesse de escritores, pesquisadores e leitores, além de ter recebido prêmios importantes.

Em 1925, vivendo no Rio de Janeiro, Lisboa publicou Fogo Fátuo, o primeiro de seus 16 livros de poesia - mais tarde denegado. O segundo rebento, Enternecimento, de 1929, recebeu da Academia Brasileira de Letras (ABL) o Prêmio Olavo Bilac, de 1930. Ela voltou a ser homenageada pela ABL em 1964 e em 1974; e em 1984 recebeu a mais alta insígnia da Casa, o prêmio Machado de Assis, auferido pelo conjunto da obra. Por ocasião de seu falecimento, em 1985, Rachel de Queiroz, a primeira mulher a ingressar na ABL, declarou: “Repito o que disse no dia de minha eleição [para a ABL]: quem devia ter entrado, primeiro que eu, era a Henriqueta”. Em 2010, o Prêmio Jabuti de biografia foi reputado ao livro de missivas Correspondência Mário de Andrade & Henriqueta Lisboa.


Pelo viço e constância da sua poesia, Lisboa foi também uma desbravadora do espaço das mulheres na literatura brasileira. A autora irritava-se quando se referiam a ela como poetisa. Dizia, “só mesmo homens para quererem se apoderar de um substantivo terminado em ‘a’, como poeta, para relegar as mulheres poetas a um diminutivo, poetisa”. Vivendo em Belo Horizonte desde os anos de 1940, ela foi uma das primeiras mulheres a integrar o Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, em 1958, e a primeira mulher empossada pela Academia Mineira de Letras, em 1969. Henriqueta Lisboa rendeu as sisudas instituições culturais e literárias caipiras com os livros Madrinha Lua (1952) e Montanha Viva - Caraça (1959). Mais tarde, como agradecimento à cidade em que criou a maior parte de sua obra literária, publicou Belo Horizonte Bem Querer (1972), poema que ganhou ares de mito fundacional da capital mineira.

No final de 2020, a Editora Peirópolis, em parceria com o projeto Acervo dos Escritores Mineiros, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicou a Obra Completa de Henriqueta Lisboa. Organizada pelos professores-escritores Reinaldo Marques e Wander Melo Miranda, da universidade federal mineira, a Obra Completa foi organizada em três volumes: Poesia, Poesia Traduzida e Prosa. As partes podem ser compradas em e-book separadamente.

Para Reinaldo Marques, Lisboa desejou a publicação integral de sua obra pela forma como organizou e documentou sua vida pessoal e literária: “Se hoje podemos comemorar a edição da Obra Completa, isso tem a ver com o empenho dela de estruturar um arquivo. É como se o escritor, para tornar-se escritor, precisasse arquivar seus documentos, suas leituras, sua produção intelectual.” O acervo da autora foi cedido à UFMG, em 1989, por seus descendentes, sob a liderança de Abgail de Lisboa de Oliveira Carvalho, sobrinha e responsável pelo espólio da escritora.

Henriqueta Lisboa faleceu em Belo Horizonte no dia 9 de outubro de 1985, dia do aniversário de seu bom amigo Mário de Andrade. Em 2002, o centenário de Lisboa foi comemorado com homenagens e reedições de sua obra. Para Marques, “uma avaliação da real importância de Henriqueta Lisboa para a nossa cultura e literatura ainda está por se fazer”. Quem sabe isso tomará curso em 2022, na esteira do centenário do Modernismo Brasileiro e com a perseverança da democracia e da beleza no país.

Para comemorar os 120 anos de Henriqueta Lisboa, o Vagão 98 lança a primeira edição da revista cultural Tabuleiro, que será divulgada em nossas redes sociais no domingo. Não perca!

Leia um poema de Henriqueta Lisboa e a seguir assista a uma palestra de 20 min. do Dr. Reinaldo Marques, organizador da Obra Completa, sobre a autora. Adiante, saiba como concorrer até o próximo domingo (18/7) a um exemplar da Obra Completa de Henriqueta Lisboa. É uma barbada!

ASSIM É O MEDO Assim é o medo:

cinza

verde.

Olhos de lince.

Voz sem timbre

Torvo e morno

Melindre.

Da sombra espreita

à espera de algo

que o alente.

Não age: tenta

porém recua

a qualquer bulha.

No campo assiste

junto ao títere

à cruz que esparze

vivo gazeio

de nervosismo

com vidro moído

grácil granizo

de pássaros.

E que rascante

violino brusco

não arrepia

ao longo o azul

dos meus veludos

se, a noite em meio

cá no fundo

quarto escuro,

a lua arrisca

numa oblíqua

o olhar morteiro.

Dentro da jaula

(mundo inapto)

do domador

em fúria à fera

subsinuosa-

mente resvala.

Aos frios reptos

do ziguezague

em choque, súbito

relampagueio,

as duas forças

se opõem dúbias

se atraem foscas

para a luta

pelo avesso:

despiste e fuga

ouro e vermelho

desde a entranha.

As duas forças

antagônicas:

qual delas ganha

acaso

ou perde

o medo

frente a

frente ao

medo?

De Além da imagem (1963).

PALESTRA BREVE DO DR. REINALDO MARQUES SOBRE HENRIQUETA LISBOA



BARBADA! Até o domingo (18/7), você pode concorrer ao box com a Obra Completa de Henriqueta Lisboa pelo @Instragram. Basta seguir os perfis @vagao98 e da @peiropolis e marcar dois amigos na publicação que anuncia a promoção! Regulamento:

- Seguir os perfis do Instagram @vagao98 e @peiropolis .

- Curtir a publicação.

- Marcar dois @’s (não são permitidos perfis famosos ou verificados).

- O prêmio será entregue apenas a um sorteado.

- O envio por correspondência será feito de forma gratuita somente e para todo o território nacional.

- O sorteio será realizado no dia 18/07, no Instagram @vagão98 .

É possível comentar mais de uma vez variando os perfis marcados.

Quanto mais perfis você marcar, mais chances tem de ganhar.

Boa sorte!



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O espetáculo deste sábado apresenta peças de compositores como Robert de Visée, Giovanni Girolamo Kapsberger e Alessandro Piccinini.


A Ocupação do Teatro da Fundação Cultural Vagão 98, neste sábado (10/7) convida você para uma viagem musical ao mundo europeu medieval, renascentista e barroco. O maestro regente de coral e orquestras e luthier Paulo Pereira de Freitas apresenta algumas das grandes peças musicais de todos os tempos escritas para teorba.


A teorba (fotografia) é um instrumento de cordas inventado na Itália, no Séc. XVI. Com corpo derivado dos alaúdes e dois conjuntos de cordas, ele era bastante usado nos concertos da época. As cordas da teorba se dividem em: "pequeno conjunto", composto em geral por seis cordas finas de tripa, cuja sonoridade pode ser modulada com a digitação da mão esquerda entre os trates, de modo idêntico a um violão; e "grande conjunto", formado em geral por oito cordas graves de tripa, instaladas acima do pequeno conjunto e que, tocadas soltas, vibram longamente, sustentando a harmonia da música.


O maestro Paulo Pereira de Freitas começou a estudar acordeom aos aos sete anos de idade. Aos 12 anos, passou a estudar piano. Ainda na adolescência, tornou-se músico profissional tocando contrabaixo acústico em grupos de Música Popular Brasileira. Aos 18 anos, descobriu o alaúde e em pouco tempo passou a integrar os principais grupos e orquestras brasileiras dedicados à música medieval renascentista e barroca. Diante da carência no país de luthiers dedicados a construir alaúdes, teorbas e violas barrocas e outros instrumentos pré-modernos, nos anos oitenta Freitas começou a fabricá-los.


Com vocês, a música do maestro Paulo Pereira de Freitas!



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